• BENS DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA
    DAS GALVEIAS


    Por extinção da Santa Casa da Misericórdia de Galveias, os seus bens e valores reverteram para o Infantário Dona Anita, conforme despacho de 19 de Fevereiro de 1975 do Inspetor Superior, Diogo de Melo Sampaio da Direção - Geral da Assistência Social. Publicado no Diário do Governo, III série, número 151 de 03 de Julho de 1975.

Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Galveias

Edifício localizado no Largo Comendador José Godinho de Campos Marques, destinado ao Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Galveias, com rés-do-chão e 1º andar, à altura com 6 divisões no rés-do-chão incluindo cozinha e 4 divisões no 1 andar, uma área coberta de 97m2 e quintal com 60m2. Edifício construído de tijolo e cal coberto de telha mourisca.
A origem da Misericórdia de Galveias é de Domingos Dias, que em Avis e por testamento, em Agosto de 1542, cria o primeiro hospital em Galveias na Rua da Palha, para quando da passagem por Galveias e devido a necessidade ficassem abrigadas as mulheres peregrinas e os rapazes menores de sete anos, essa infraestrutura tinha o nome de Santa Casa do Hospital de Galveias. Posteriormente foi construído o novo edifício, onde ainda hoje se mantem, no antigo Largo do Terreiro, atual Largo Comendador José Godinho de Campos Marques, de acordo com Chancelaria de D. Sebastião, livro nº 6, fls 259, Vº - Torre do Tombo, a construção do Hospital é do ano de 1579 e foi anexado à Santa Casa da Misericórdia de Galveias. (Milheiras, J, 1997)



Capela da Santa Casa da Misericórdia de Galveias

A construção da Capela da Misericórdia é do Século XVI, e foi doada juntamento com outros bens, pelo padre António Fernandes Galveas em 22 de Novembro de 1666 à Santa Casa da Misericórdia de Galveias. Em 1781 foi efetuada pela Ordem Terceira a reconstrução (Milheiras, J. 1997), edificação barroca, que obedece à configuração das Misericórdias Portuguesas, com igreja e anexos, a Capela da Santa Casa da Misericórdia de Galveias deverá ter sido reconstruída no decorrer do século XVIII (KEIL, 1943). O edifício apresenta a entrada para o Consistório na fachada Norte, entre duas janelas, a que se sobrepõem outras três, de sacada. A depuração deste alçado, a par das características da igreja, podem corroborar a existência de uma edificação anterior, que foi objecto de modificações, na centúria de Setecentos. Entre estas alterações, encontra-se a fachada do templo e, eventualmente, a capela interior, cujos problemas de integração no espaço podem derivar de uma abertura posterior. Todavia, sobre o portal principal da capela surge a seguinte inscrição: Misericordia Tua Magna / Est Super me MDCCCIII. (A tua Misericórdia é grande sobre mim) Esta data de 1803 poderá datar a fachada, ou a conclusão de uma campanha de obras iniciada no século XVIII mas que se terá prolongado, eventualmente, até ao início do século seguinte. Em todo caso, parece certa a existência de uma campanha decorativa rococó. A entrada é definida por duas pilastras encimadas por pináculos, o alçado da capela apresenta um remate contracurvado, e é aberto, ao centro, pelo portal. Este, é flanqueado por pilastras que suportam um frontão interrompido, a partir do qual nasce a janela superior. Sobrepõe-se-lhe o escudo real. No interior, e logo após o guarda-vento, a capela de Nossa Senhora da Conceição comunica com a nave única através de um arco de volta perfeita, com pintura decorativa a imitar mármore. O retábulo que se encontra no seu interior, em alvenaria, é decorado por motivos rococó, o que vem ao encontro da hipótese avançada relativa a uma campanha de obras ou decorativa da segunda metade do século XVIII. Os seus panos murários são rasgados por nichos com imagens, a nave é coberta por abóbada de berço e na capela-mor o retábulo exibe alguns elementos rococó.


Capela da Santa Casa da Misericórdia






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